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sábado, 1 de agosto de 2009

Jack Frost [5]

Meu abrigo,minha casa, que me protege de tantas ventanias e nevascas e, por ser um pouco acima do chão, não me faz ter que lidar com esse estéril permafrost.
Agora, os dias estão ficando novamente longos, começo a notar os 1ºs sinais primaveris,diante de todo esse branco, qualquer verde é como se pulasse aos meus olhos
Quatro meses já se passaram, entre nomaditismo e sedentarismo, começo a ficar cansado da solidão, ter só a floresta como interlocutora não é muito confortante.Sinto muita falta daquela voz amiga,do carinho, da risada...Aí cogito voltar para o calor humano,mas quando peso isso contra a poluição, engarrafamento, discussões, pressão no trabalho,aquelas chatas obrigações familiares, não cogito nada, só espero...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Jack Frost [4]

Resolvi parar de andar, meus pés estão com bolhas e muito inchados por causa do esforço das últimas semanas.Na verdade meu corpo como um todo acha esse descanso muito bem vindo
Então resolvo construir um abrigo um pouco mais durável,em uma floresta de pinheiros, porque apesar de gostar do doce som do vento,não preciso sofrer na minha folga
Tiro as botas,meus pés respiram pela primeira vez nessa joranda, vê-los,tocá-los, provocou em mim um grande sentimento de felicidade, afinal ver pele humana tinha saído do meu normal.Me senti empolgado pela situação e resilvi deixar todas as minhas roupas para secar,sim,resolvi ficar nu em um agradável dia de um sol que se projeta pelos espaços entre as árvores e apenas -5ºC.
Infelizmente,minha idéia não pôde durar muito, estava frio demais e não posso arriscar de ficar doente, volta apenas aos pés descalços.
Enquanto andava nem percebi o quanto minha barba cresceu nesse mês,havia esquecido completamente dessa outrora odiada, porém agora muito bem-vinda copanheira,afinal, agora que não vejo olhos julgando minha aparência,posso ser simplesmente prático.Assim tenho tempo para apreciar o que é realmente belo no mundo,e definitivamente não somos nós.

domingo, 31 de maio de 2009

Jack Frost [3]

Pode parecer de uma grande esupidez o que faço,simplesmente andar por um lugar tão ermo e difícil sem nenhuma contrapartida, nenhum desafio e nenhum objetivo.Apenas ando para onde me coração me manda ir.
Achei que fosse senir muito mais falta do convívio humano,mas ao mesmo tempo que perco todos os prós, também me livro de todos os jogos,intrigas e afins que estão tão presentes nas relações que nos cercam.
Apesar de infinitamente poderosa, a natureza é realmente de uma estúpida simplicidade, com sua estrutura que todo decompôe e recicla, sem distinções, enquanto nós, em nossa presunção de inteligência complicamos o simples ao tentar controlar um elefante com uma coleira de barbante.Será que foi para ver isso que vim para o glacial?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Jack Frost [2]

Já se passam vários dias em minha caminhada por esse nevado deserto e, como em todo deserto, não vejo nada animal vivo há tempos.Começo a ficar muito incomodado com o barulho do silêncio , nem a minha própria voz tenho ouvido, me cansei de falar sozinho para tornar a viagem menos penosa.Passo a querer que o vento, o mesmo que me deixa com escaras pelo rosto volte, para que eu possa ter algo para ouvir;um ventania agora seria como música.
A neve nova, na altura dos joelhos, me incomoda bastante fica na altura perfeita para cair pelo cano da bota e molhar a barra do meu sobretudo ao mesmo tempo.Até a quente fogueira que animava minha noite não produz mais tanto efeito no meu moral,mas pelomenos posso testemunhar o sempre interessante estalar da madeira queimando até o momento em que simplesmente desmaio de exaustão.

Jack Frost

O frio é uma sensação constante, não faz diferença o quão bem agasalhado está.A constrição muscular por ele causada é dolorida, porém maravilhosa, me faz sentir como se estivesse mais vivo que nunca.
Parar não é opção, isso significa mais dor ainda, tenho que seguir pela tempestade, mesmo sem sentir meu rosto. Ando sem saber para onde vou , aliás sei, vou à lugar nenhum me movendo sem rumo por essa gélida planíce, me sentindo invencível ao lutar contra a mais implacável das forças da natureza.