quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Love Story

Resolvi esrever um short story e ir colocando por pedaços aqui, conforme termino-os. Espero que gostem, mas mesmo se não gostarem, comentem.

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Alarme, 7am, lavar o rosto, fazer um café, sair pro trabalho, checar e-mails e redes sociais, trabalhar por quatro horas, almoçar, mais quatro horas de trabalho, voltar para casa, enfrentar 30 a 90 minutos de trânsito, chegar em casa, tomar banho, comer, ver televisão, ir dormir.Repetir os passos anteriores 5 vezes por semana, 48 semanas por ano, 240 dias de produção contraproducente.

Está sozinho, sem namorada, seus amigos há muito se distanciaram por diferentes motivos. Começa a beber um pouco além do socialmente considerado adequado para aplacar essa solidão que corrói seus pensamentos, mas logo vê o álcool é ineficente em lhe dar o alento que procura.Tenta fumar, mas isso só o ajuda a fazer a rotina andar mais rápido e a rotina, por mais infernal, cíclica e irritante que seja, é tudo que lhe resta nesse exato momento.

Sim, a maçante rotina que irrita a todos traz conforto a Nicácio.Dentro de seu trabalho ele soube cultivar aquelas amizades plásticas, do cafezinho e da água, que por mais superficiais que sejam são infinitamente melhores que a não responsiva televisão que o espera em casa.No trabalho belas mulheres o procuram, ainda que seja apenas para pedir um relatório ou um grampeador. Esses ilustres desconhecidos lhe dão quarenta horas semanais de amizade e ainda por cima o acompanham em seus almoços, dando a ele o prazer de ter uma refeição acompanhada, coisa que só acontece durante a semana de trabalho.

Nunca ousou sair com os colegas após o trabalho, ainda que fosse constantemente convidado.O medo de que o achem desagradável ou desinteressante e, consequentemente o excluíndo dentro do ambiente de trabalho era muito maior que a vontade de aproveitar uma ou duas horas semanais de companhia para um chopp.

Nicácio decidiu então experimentar drogas mais ilícitas, maconha, ácido. Até que foram experiências interessantes, divertidas, mas o medo das pessoas que passaram a o cercar, especialmente os fornecedores de seus pequenos entreterimentos somado ao temor de uma eventual prisão, que o levaria a ter novos e indesejados amigos, falaram mais alto e logo o projeto ilícito foi abandonado.

Decidiu partir para uma área mais cinzenta da lei e se envolver com prostitutas, afinal sentia necessidade por contato físico, respostas, conversas. Claramente as garotas de programa não estavam muito interessadas nas respostas, nem nas conversas, algumas ainda achando um tanto quanto desagradável seu desejo por constante e intenso contato físico. Dessa vez, o meio ficou com medo de seu intruso experimentante e logo o expeliu.

Então estava ele, desolado por mais um feriado prolongado, eventos que simplesmente o corroíam de uma maneira inimaginável, deitado em sua cama, olhando para o nada, foi vítima de um rápido cochilo. Ao acordar, tinha sentido que o sonho era real e aquela sensação de prazer nunca antes experimentada, preenchimento a muito não sentido, havia lhe levado ao êxtase.

O caminho estava traçado, deveria passar a usar sua mente como a droga propulsora de sua vida.Sonhar.

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Mais dia menos dia, a história continua.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Idiotices

Idiótico, pasteurizado, até mesmo bobo.

Tudo hoje em dia é tão diferente, tão especial, que é totalmente igual.

Faculdades que cospem conhecimento técnico, mas nenhum cívico, social.

Mídia que não serve seu propósito, de investigar, criticar, preferindo conluir, mancomunar.

Tudo é proibido, moralismos, avanços médicos, tudo que nos tira do foco, da música até o cigarro é retirado, pasteurizado, não estamos aqui para pensar, mas sim para produzir.

O mundo mais livre já visto também é o mais preso.

Maldito João Pônei Sorrisão.