domingo, 28 de fevereiro de 2010

Dangerous Animals

Lindo ver a cobertura da imprensa sobre o terremoto no Chile ser infinitamente maior do que sobre um dos maiores desastres humano-sociais da história; realmente o que importa são os que tem

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Killer Queen

Eu e meus amigos resolvemos nos vestir de mulher no primeiro dia de carnaval, sabe como é né, pareceu engraçado na hora e, talvez eu chamasse mais atenção desse jeito.

Enchemos todos a cara e nos divertimos como nunca havia antes;"devem ser as roupas" , pensei.Então resolvi repetir a dose na noite posterior, carregando-o pelos 5 dias de carnaval, sempre com um vestido curto e maquiado.

Aquilo foi me tomando de uma forma estranha, me sentia mais solto ao estar com roupas de mulher,mais eu,sabe como é?Doido para recuperar essa sensação , não resisti até o próximo carnaval e em abril aproveitei uma saída da minha namorada e coloquei as roupas dela.Quanta diferença no meu humor.

Já que tudo na minha vida parecia melhorar depois de colocar um vestido por um tempinho, passei a criar as mais variadas desculpas para ficar sozinho no quarto da minha namorada, para poder experimentar algumas coisas com calma, sabe como é?

Infelizmente, tudo que é bom acaba e , em uma das minhas sessões de terapia, eu rasguei o vesido favorito dela de lado a lado, não havia mentira que eu pudesse criar para explicar aquilo, então tive que ir de verdade mesmo, confessei tudo, dos vestidos aos sapatos.

"Eu sei disso tudo faz tempo", disse ela" ou você acha que uma mulher não nota sua maquiagem sumindo e seus vestidos esgarçando", completou.Mas não houve briga, nem um grito sequer, ela apenas se sentou ao meu lado, me abraçou e disse para fazer o que eu quisesse.E era exatamente o que eu precisava ouvir para deicar de prestar atenção à todos os preconceitos e barreiras que eu colocava à minha frante e resolvi adotar isso como um estilo de vida; virei Drag Queen.


Tudo por causa do carnaval, tudo graças à ele.

obs. isso é um texto puramente ficcional, ele só está em primeira pessoa por influência de Anthony Burgess.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

World of Pain

Agora falam do Haiti, isolado do resto do globo desde o século XVIII,quando uma revolta escrava expulsou os franceses daquela parte da ilha.
Desde aquele episódio essa pequena parte de terra no meio do caribe tem sido intencionalmente esquecida e, por consequência, veio sempre lutando contra índices de pbreza comparáveis aos mais miseráveis africanos. Ainda assim, ninguém se importava, naquela tendência humana de não ligar para nossos iguais se esses não forem conhecidos, com rosto.
Tudo parecia que ia mudar quando no começo do século a deposição de Jean-Bertrand Arristide, sucessor político da "família Doc" foi deposto pelo povo que, desesperado e faminto, começou a construir botes precários e tentar fugir para os EUA, uma viagem de mais de 600km.Numa saia justa política e aproveitando a sede do Brasil em aparecer como força regional capaz, almejando um lugar no CS da ONU, conseguiu uma resolução e colocou o Brasil como chefe da missão de paz a ajuda humanitária, ajuda essa que nunca veio.
Como se tudo que se passou por lá não fosse o suficiente, veio o terremoto e nada sobrou, centenas de milhares de pessoas morreram e o mundo simplesmente não pode olhar para o outro lado, ainda mais depois de tudo que foi feito para ajudar as vítimas do Tsunami de 04'.Então, tudo indica que dessa vez alguma ajuda chegará aos haitianos, ajuda essa que se viesse quando prometido, no não distante ano de 2002, teria salvo muitas vidas.Precisamos mesmo ver um país voltando à idade da pedra para ajudá-lo?

domingo, 7 de fevereiro de 2010

From Pimpers Paradise to The Foggy Dew [review]

Bom, como prometido, mas definitivamente não quando, chega a minha sincera impressão de cada cidade visitada.

Amsterdam:Diferentemente do mito criado em torno dessa simpática cidade, as pessoas não fazem sexo na rua a todo o tempo e a humidade do lugar cria uma sensação térmica muito abaixo do que o termômetro marca, mas Amsterdam é uma cidade movimentada o dia (e a noite) inteiro,a cidade é muito limpa, os museus são respeitáveis e as pessoas bem legais.
Se gostarem de ir a museus, comprem o passe Iamsterdam, fica muito mais barato, já que o transporte público também está no pacote, sem contar o bônus de furar a maioria das filas.
Fiquem na parte central, nos canais, é onde as coisas funcionam depois das 6 da tarde.Liedsplatz e Rembrantplatz são os lugares que eu recomendaria.

Bruxelas:A cidade é pequena e muito, muito bonita, mas eu tive a nítida impressão de que os habitantes de lá não gostam muito de onde estão(principalmente os imigrantes) o que te faz pensar sobre a rotina da cidade.De qualquer maneira, há muita coisa para ver e fazer, definitivamente não é uma perda de tempo.
Eu evitaria ficar longe da Gare Central, apesar da cobertura de metrô ser excelente, ele é bem lento.

Paris: A cidade é tão famosa e visitada que quase dispensa um comentário.Paris oferece o supra-sumo da arte em seus museus e tem vistas espetaculares, como se não bastasse a poucos minutos de lá se encontra o palácio de Versailles, que deve ser o mais famoso do mundo.Vale apena passar um bom tempo na cidade.
Mas uma coisa eu descobri, meio que sem querer é verdade, os passes te metrô universais para turistas são mais baratos que os vendidos nas máquinas automatizadas, então é válido perder alguns minutinhos na fila do atendimento pessoal ao turista.
Quanto a hospedagem, qualquer lugar na rive gauche( a parte norte da cidade) te permite uma posição muito boa para rodar pela cidade.

Londres:Londres é outro lugar que é difícil dar alguma informação nova, mas não deixem de ir ao museu de história natural, nem ao British,que são únicos na forma detalhada como contam a história do planeta e da raça humana, respectivamente. Se esse é o seu único destino inglês na viagem, não deixe de ir a um jogo de futebol, mesmo que não torça para nenhum time londrino ou ainda que nem goste muito de futebol, a experiência em um estádio inglês lotado é diversão garantida até mesmo para os mais alienados ao esporte.( Se não quiser gastar muito com essa experiência, não veja jogos de Arsenal, Tottenham ou Chelsea, procure um jogo do Fulham ou do West ham).Um passeio o qual eu também gostei muito e não é muito comentado é uma visita aos cabinetes de guerra, o QG do front ocidental na segunda guerra mundial.
Não deixem de comprar o Oyster, o riocard deles ( gostou da prepotência carioca?) e , claro , de ir ao teatro, as peças londrinas são muito boas.

Oxford:Apesar de ser uma cidade meio morta, sem muitas atrações, uma vez que não é permitido entrar nos campi da universidade, ainda sim não é um destino a ser jogado fora.A cidade é um bom lugar para ficar enquanto se visita cidades interessantes ao redor, como Salisbury( a cidade onde se pega o ônibus para Stonehenge) e Bath, uma cidade romana.

Cardiff: Apesar de recentemente modernisada e a área da baía ser deslumbrante, a cidade não possui muitos atrativos para o turista brasileiro.Se você não gosta de rugby e não sabe o que é Dr.Who, dificilmente achará a cidade tão boa quanto eu achei.
Uma nota para o Millenium Centre, que é um teatro muito , muito grande ,e que estava lotado em uma terça à tarde.
Não fiquem na baía, prefiram os arredores do castelo.

Liverpool:O óbvio basta na cidade; vá atrás das coisas dos Beatles e ao célebre estádio de Anfield road e diversão vem junto.O centro da cidade não deve em nada para Oxford St. em termos de movimentação, tanto diurna quanto noturna.Aliás, a vida noturna de Liverpool é imbatível, são vários clubes tocando rock bom ao vivo, te faz sentir como uma criança em uma loja de doces.
Além do óbvio, os museus da terra do lendário Ringo Starr são uma boa atração, tanto pelo fato de serem gratuitos como pela temática um pouco incomum, como o museu da Alfândega e um que mostra os horrores da escravidão desde a idade média até os dias atuais.
Qualquer lugar próximo da estação Lime St. é bom logisticamente.

Edimburgh:Edimburgo tem o castelo mais bonito que eu vi, juntamente com outros lugares bonitos e o melhor museu do mundo: o museu do whisky. O lado chato da cidade é que tudo de bom é precedido de uma ladeira imensa.
Quando eu fui o transporte público estava todo em obras , então é aconselhavél ficar em Prince St. e seus arredores.

Inverness: O único arrependimento da viagem.A cidade que deveria ser o centro turístico das highlands não oferece nenhum serviço do tipo, sem contar que simplesmente não há nada para fazer por lá, nem ir ao cinema.
Não há dica de lugar para ficar, eu não desejaria isso a ninguém.

Glasgow: A cidade industrial da Escócia é deslumbrante, nota-se na arquitetura e na densidade demográfica que muito dinheiro já passou por ali.Glasgow é a cidade mais densamente povoada do Reino Unido então 90% dos lugares são facilmente alcançados com uma rápida caminhada.O festival de música celta que acontece todo o mês de janeiro fez a cidade ficar bem mais interessante para mim no quesito vida noturna, mas tenho certeza que com a quantidade de boates e , principalmente, pubs da cidade é impossível não sair à noite e encontrar algo que agrade.
A região de Union St. é a mais central, recomendo-a.

Belfast:Vou ser sincero, eu achei que Belfast fosse ser uma grande perda de tempo, mas não foi.É bem verdade que vida noturna não existe e o centro da cidade morre subitamente ao pôr-do-sol, mas aqui é necessário se dar uma trégua para uma população que há uma década ainda vivia uma situação de guerra civil.
Belfast tem uma história muito mais rica do que se imagina, com fatos como resistência à explorar o tráfico de escravos ainda no século XVII.
Apesar de ser sem graça, fique no centro.

Dublin:A cidade sede da Guiness não pode ser um destino ruim, mas com certeza é bem pior do que a encomenda, as pessoas não são tão legais como eu vim presenciando desde Liverpool e a exploração voraz do turismo é quase caricatural para uma região por tanto tempo tão periférica na Europa. Mesmo assim não é um lugar que se deve pular.
Qualquer lugar perto da parte central do rio Liffey é um bom ponto.