Eu não sou um especialista em protocolos e táticas anti-sequestro mas acho que deixar o cara falar com a Sônia Abrão é quase apertar o gatilho junto do assassino.
Mas não é exatamente por essa estrada que quero seguir, da imputabilidade criminal do comandante da operação, por ter sido ineficaz para dizer o mínimo, isso é menor no assunto, ainda que importante observar como policiais geralmente conseguem se safar das lambanças que ocasionalmente fazem, como se safam tantas outras categorias.
É a comoção que interessa. Comemorações exaltadas, uma festa porque a justiça foi feita. Mas o brasileiro médio, altamente inflamável em questões de grande repercussão é o mesmo que gera uma sociedade onde o raciocínio que levou o rapaz a matar a sua namorada é aceito.
Ou não é aceitável em muitos círculos que o homem enfie a mão na mulher ao descobrir que foi traído?
Um amigo do hoje condenado cometeu o mesmo crime no ano passado.
A causa das mulheres avançou demais, mas enquanto não quebrar o paradigma patriarcal e retrógrado que impera por aqui, a igualdade de gêneros nunca será alcançada.