sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Lindenberg

Acho engraçado ver essa comoção toda em julgamentos dos assassinatos que ganham repercussão na mídia. Esse em particular teve grande repercussão ao tempo porque até entrevistado o sequestrador foi, durante o sequestro!

Eu não sou um especialista em protocolos e táticas anti-sequestro mas acho que deixar o cara falar com a Sônia Abrão é quase apertar o gatilho junto do assassino.

Mas não é exatamente por essa estrada que quero seguir, da imputabilidade criminal do comandante da operação, por ter sido ineficaz para dizer o mínimo, isso é menor no assunto, ainda que importante observar como policiais geralmente conseguem se safar das lambanças que ocasionalmente fazem, como se safam tantas outras categorias.

É a comoção que interessa. Comemorações exaltadas, uma festa porque a justiça foi feita. Mas o brasileiro médio, altamente inflamável em questões de grande repercussão é o mesmo que gera uma sociedade onde o raciocínio que levou o rapaz a matar a sua namorada é aceito.

Ou não é aceitável em muitos círculos que o homem enfie a mão na mulher ao descobrir que foi traído?

Um amigo do hoje condenado cometeu o mesmo crime no ano passado.

A causa das mulheres avançou demais, mas enquanto não quebrar o paradigma patriarcal e retrógrado que impera por aqui, a igualdade de gêneros nunca será alcançada.

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