sábado, 4 de julho de 2009

Hurricane au contraire

Ela era nova na escola,tentava de tudo para se enturmar com as amiguinhas e, pouco a pouco, conseguiu ganhar a simpatia de uma, de outra , até que estava andando com o grupinho,finalmente
Mas por mais que sempre estivesse incluída nos planos , nunca conseguia se sentir realmente querida,desejada. Em qualquer programa que envolvesse um número limitado de pessoas,era sempre a primeira e ser riscada da lista
E, por isso tudom ela andava cabisbaixa, se sentindo mal consigo,até o dia em que ela criou coragem e resolveu esclarecer a estória da rejeição, saber por que só era chamada quando suas notáveis habilidades atléticas e acadêmicas eram necessárias.
-"Nada,bunda preta; respondeu a líder do grupinho, deixando escapar o apelido secreto da menina.
Naquele momento, seu mundo caiu, a rubra vergonha tomou conta de sua negra face, ela não podia acreditar no que acabara de ouvir.Tudo o que ela era nunca importou.
- RACISTAS!; gritou com todas as suas forças.Sua rabugenta professora ouviu e logo a repreendeu,afirmando que só a tratavam mal porque achavam que ela era bolsista, uma menina de outra classe social, que racismo é coisa de nazista, de KKK, que nada disso existe no Brasil.Sua segregação era puramente pelo medo que uma classe social inferior gera em um meio onde a classe superior espera reinar absoluta.Por fim, ainda a mandou para a sala da diretora.
E lá foi a única aluna negra do mais caro e badalado colégio da cidade, caminhando em direção à repreensão por dizer a verdade.Passou todo o resto do ensino médio sem abrir a boca nenhuma vez.
Hoje a única residente negra do maior hospital particular do Rio de Janeiro se matou,foi na farmácia , pegou um vidro de morfina e injetou tudo em sua carótida.
Acontece que ao tentar fazer um exame sua paciente fez um verdadeiro escândalo sobre sua cor.Sua desculpa?Disse que a confundiu pela enfermeira,que nunca agiria daquela forma se soubesse que se tratava de um Dra.Mas afinal, nesse país sem raças,sem racismos, quem imaginaria uma negra médica?

2 comentários:

Tiago Duarte Dias disse...

Esse tipo de coisa é comum, mas o racismo na Brasil, creio eu seja mais velado, mais sutil, entretanto igualmente presente.

Alcysio Canette Neto disse...

justamente, mas existem grupo que fazem de tudo para negar isso