quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Killer Queen

Eu e meus amigos resolvemos nos vestir de mulher no primeiro dia de carnaval, sabe como é né, pareceu engraçado na hora e, talvez eu chamasse mais atenção desse jeito.

Enchemos todos a cara e nos divertimos como nunca havia antes;"devem ser as roupas" , pensei.Então resolvi repetir a dose na noite posterior, carregando-o pelos 5 dias de carnaval, sempre com um vestido curto e maquiado.

Aquilo foi me tomando de uma forma estranha, me sentia mais solto ao estar com roupas de mulher,mais eu,sabe como é?Doido para recuperar essa sensação , não resisti até o próximo carnaval e em abril aproveitei uma saída da minha namorada e coloquei as roupas dela.Quanta diferença no meu humor.

Já que tudo na minha vida parecia melhorar depois de colocar um vestido por um tempinho, passei a criar as mais variadas desculpas para ficar sozinho no quarto da minha namorada, para poder experimentar algumas coisas com calma, sabe como é?

Infelizmente, tudo que é bom acaba e , em uma das minhas sessões de terapia, eu rasguei o vesido favorito dela de lado a lado, não havia mentira que eu pudesse criar para explicar aquilo, então tive que ir de verdade mesmo, confessei tudo, dos vestidos aos sapatos.

"Eu sei disso tudo faz tempo", disse ela" ou você acha que uma mulher não nota sua maquiagem sumindo e seus vestidos esgarçando", completou.Mas não houve briga, nem um grito sequer, ela apenas se sentou ao meu lado, me abraçou e disse para fazer o que eu quisesse.E era exatamente o que eu precisava ouvir para deicar de prestar atenção à todos os preconceitos e barreiras que eu colocava à minha frante e resolvi adotar isso como um estilo de vida; virei Drag Queen.


Tudo por causa do carnaval, tudo graças à ele.

obs. isso é um texto puramente ficcional, ele só está em primeira pessoa por influência de Anthony Burgess.

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