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quarta-feira, 21 de março de 2012

Das penas e das culpas

Hoje eu tinha que assistir audiências para cumprir o conteúdo programático de uma cadeira que faço na faculdade.Como vara de família é um drama para assistir, já que eu preciso de um juiz compreensivo com a causa dos estudantes e partes que não se importem em ter mais testemunhas para a sua lavagem de roupa suja, preferi assistir as audiências da vara da infância e da juventude.

Para quem não sabe, essa vara é onde os menores infratores são julgados.

Tinham quatro hoje lá, todos acompanhados de pai e mãe, todos indiciados por tráfico.

Todos eram negros, de origem pobre, moradores de periferia.

Nos autos constavam matrícula em escola, presença em dia, além de dois deles trabalharem durante o dia. Eram beneficiados também da melhora econômica e do estado de pleno emprego que se encontra a região metropolitana do Rio de Janeiro.

Os meninos que foram pegos com 35 sacolas de cocaína e não resistiram à prisão, dirão os mais direitistas, tiveram oportunidades. Mas tiveram?

Apesar do discurso demagogo do juiz, que disse esperar daqueles meninos que eles se tornassem juízes, promotores e não perdidos na vida, é mesmo realista esperar que qualquer menino de origem humilde consiga ter uma acensão social razoável em sua vida?

Quem falhou não foram os meninos para com a sociedade ao " enveredar para o crime", mas sim a sociedade com eles ao lhes dar nada além de falsas oportunidades.

ps. A quem interessar possa, os 4 foram condenados ao regime de semi internato, de onde sairão, se fizerem tudo direitinho, em 6 meses.

domingo, 11 de março de 2012

Perversa lógica

Estava saindo do meu curso hoje no centro do Rio, ali atrás do estacionamento Menezes Côrtes ( para quem não sabe, é um ponto bastante central da cidade) e me deparei com uma cena repugnante - 1 PM e 4 Guardas Municipais aplicavam uma surra num garoto ( parecia menor) que teria roubado alguém.

O menino estava dominado, contra a parede de uma loja e não oferecia resistência mas isso não impediu o PM de iniciar os trabalhos, desferindo vários tapas na cabeça do rapaz, gritando para ninguém ouvir, já que a rua estava deserta e eu era a única testemunha do "corretivo", que ele era um ladrão, um bandido um drogado.

Quando os Guardas Municipais chegaram, com seus cassetetes em mãos, deram algumas borrachadas com o cabo do porrete nas costelas do garoto, sabe como é, para se enturmar com seu poderoso amigo PM.

Eu, como cidadão, deveria ter efetuado a prisão civil dos 5, mas eu tenho certeza que ganharia deles algo entre risadas e uma surra grátis, então me senti forçado a deixar o lugar rapidamente e olhar de longe.

Ao fim do esculacho, eu pensei que o menino seria levado à delegacia, mas não foi, deixaram ele ir embora, surrado, para seu canto de esquina. O policial/julgador/senhor supremo do centro deserto já havia decidido culpabilidade e aplicado punição.

Tudo isso aconteceu a 1 quadra do Tribunal de Justiça e da ALERJ, só porque não havia ninguém olhando. Imagine o que acontece onde os olhos nunca chegam.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Lindenberg

Acho engraçado ver essa comoção toda em julgamentos dos assassinatos que ganham repercussão na mídia. Esse em particular teve grande repercussão ao tempo porque até entrevistado o sequestrador foi, durante o sequestro!

Eu não sou um especialista em protocolos e táticas anti-sequestro mas acho que deixar o cara falar com a Sônia Abrão é quase apertar o gatilho junto do assassino.

Mas não é exatamente por essa estrada que quero seguir, da imputabilidade criminal do comandante da operação, por ter sido ineficaz para dizer o mínimo, isso é menor no assunto, ainda que importante observar como policiais geralmente conseguem se safar das lambanças que ocasionalmente fazem, como se safam tantas outras categorias.

É a comoção que interessa. Comemorações exaltadas, uma festa porque a justiça foi feita. Mas o brasileiro médio, altamente inflamável em questões de grande repercussão é o mesmo que gera uma sociedade onde o raciocínio que levou o rapaz a matar a sua namorada é aceito.

Ou não é aceitável em muitos círculos que o homem enfie a mão na mulher ao descobrir que foi traído?

Um amigo do hoje condenado cometeu o mesmo crime no ano passado.

A causa das mulheres avançou demais, mas enquanto não quebrar o paradigma patriarcal e retrógrado que impera por aqui, a igualdade de gêneros nunca será alcançada.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

É estupro sim.

Odeio BBB e, ao escrever, já estou meio arrependido de ter dado tanta atenção para um programa tão idiota.

O que aconteceu hoje lá com o caso do suposto estupro já foi bastante repercutido e não é exatamente sobre ele que quero falar, mas sim sobre a repercussão em si. A repercussão só mostra como nossa sociedade ainda é patriarcal e machista.

Ela estar bêbada não é motivo para que ela possa ser estuprada, como não seria se ela, ou qualquer outra mulher, estivesse sóbria, nua e resolvesse na hora H ir embora. Pasmem, neomachistas, até prostitutas podem ser estupradas! No local de trabalho, com clientes!

Mas o que ocorre, infelizmente, é tentar de tudo para culpar a vítima, que teria provocado seu agressor de alguma forma, como se o álcool, o envolvimento prévio, ou até vestes provocantes justificassem ou atenuassem esse podre crime.

"Identidade sexual é um conceito que se utiliza para abarcar as hipóteses nas quais a vítima não goza de liberdade sexual, seja momentânea, seja por um espaço de tempo mais ou menos permanente. A pessoa adulta que, por qualquer causa, se haja privada de sentido, uma criança de nove anos ou um sujeito que sofre qualquer tipo de transtorno psíquico, nenhum deles pode em um momento determinado dispor sobre a sua liberdade sexual.

E se alguém mantivesse relações desta índole com a pessoa que se encontra nessa situação, atacaria sua identidade sexual. E se entende por tal o direito que todo ser humano tem a manter incólume sua dignidade humana frente a consideração de seu corpo como mero objeto de desejo sexual. Desta forma, a identidade sexual está intimamente relacionada com a dignidade humana e com o livre desenvolvimento da personalidade"

JIMÉNEZ, Emiliano Borja - professor titular da Universidade de Valência.

Como dizia um professor meu da faculdade, o estupro é o crime mais escroto que há, já que não é um crime que possa ser de qualquer forma aceito ou compreendido. Um homicídio pode ser compreendido, um estupro, não.

ps. se vierem falar algo sobre ser estratégia de jogo, nem comentem, só usei o caso como gancho e não me interesso nem um pouco sobre o que acontece dentro da falada casa.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Idiotices

Idiótico, pasteurizado, até mesmo bobo.

Tudo hoje em dia é tão diferente, tão especial, que é totalmente igual.

Faculdades que cospem conhecimento técnico, mas nenhum cívico, social.

Mídia que não serve seu propósito, de investigar, criticar, preferindo conluir, mancomunar.

Tudo é proibido, moralismos, avanços médicos, tudo que nos tira do foco, da música até o cigarro é retirado, pasteurizado, não estamos aqui para pensar, mas sim para produzir.

O mundo mais livre já visto também é o mais preso.

Maldito João Pônei Sorrisão.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Espero que o meu leitor sabia quem é Louis Theroux.Para os que não sabem ele é um documentarista da bbc.

Hoje ( como em toda segunda feira as 22h na GNT, acho) vi um de seus documentários, esse falava da situação de policiamento e tráfico de drogas na Philadélfia, EUA.

A política lá é muito semelhante a daqui, confronto, caça às drogas, aos pequenos e médios atores no mundo do tráfico, enxugo de gelo.

Essas áreas guetificadas são um mundo que não permite seus habitantes a olhar além, a almejar uma vida bem sucedida, tranquila.A vida do tráfico é o que sobra aos que tem pouca educação e nenhuma capacidade de se tornar profissionais do esporte ou da música.

E para manter a massa intencionalmente segregada pelas políticas públicas que regem o sistema estadunidense, se imprime a Law & Order, até porque essa forma de manejo de população é altamente lucrativo para empresas que gerenciam penitenciárias( algo que queriam[querem] implementar em nosso país), essas empresas, naturalmente, fazem doações para que políticos que desejam recrudescer as leis se elejam e as recrudesçam.

Mais leis, mais comportamentos que geram um período de encarceramento, sendo maior o lucro que essas empresas administradoras de presídios tem. Como hotéis, não é interessante para eles ter leitos vazios.

Então a polícia destaca uma grande parte de sua força para esses lugares, para prender, para caçar ilegalidades. No documentário, um rapaz é preso por ter seu vidro do carro, por demais fumê, outro por " perturbação da ordem" - não queria entrar em sua casa após seu irmão ter sido preso.

Tamanha ostensividade policial gera um mini estado policial, onde os direitos civis dos cidadãos que lá habitam são desrespeitados sob a premissa de um argumento pro societatis.Mas não é a sociedade local a protegida por essa política, os que lá habitam acabam sendo criminalizados e alienados da vida social como são os criminosos.

Assim se mantém o status quo, se mantém os lucros, tudo se mantém.

Alguma semelhança com algum país que conheçam?


terça-feira, 26 de abril de 2011

I hate Mondays

Normalmente segundas feiras são dias ruins porque são o sinal de um fim de semana que acabou e a volta à rotina de acordar cedo e ser sério.Mas a segunda que passei ontem foi Murphy cuspindo na minha cara o dia inteiro.

Saí da casa do meu amigo Rodrigo em Porto Alegre às 6:45 da madrugada para ir para o aeroporto, cheguei lá tranquilo fiz meu check-in e fui para o raio-x.Só que o aeroporto fechou por causa do nevoeiro.Ok, fui no segundo andar comer, comer o misto quente mais caro da minha vida. R$10 num pedaço de pão com uma fatiazinha de presunto e outra de queijo.O que a fome não faz.

Meia horinha de espera, aeroporto abre.Todos os voos estão em ordem, menos o meu,é claro.Aparentemente o piloto que estava comandandando o que viria a ser meu voo foi o único que não se sentiu à vontade para pousar por lá.E tome pegar fila para remarcar o voo no balcão da Gol.

1h de fila depois recebo uma insólita notícia, meu voo havia sido remarcado para terça às 18h. 36h depois do meu voo certo, coisa que eu não entendi, já que bastaria levar um voo suplementar durante a tarde que tudo estaria bem.O Salgado Filho não é Congonhas e havia espaço físico para fazer isso.

Comecei a correr pelos terminais 1 e 2 do aeroporto de lá para tentar um voo por qualquer para Rio ou São Paulo, eu precisava chegar em casa na segunda. Não havia essa possibilidade, todas as aéreas estavam absolutamente lotadas, foi quando eu entrei em modo Amazing Race, sim , aquele reality show onde as pessoas viajam pelo mundo. Pensei em conseguir um voo internacional para o Rio, via Montevideo ou Buenos Aires. E eu consegui, foi fácil até. Poa-BsAs as 1830, BsAs-Rio as 6am, era só conseguir um passaporte emergencial, que nem era tão difícil e pegar meu aviãozinho.

Ao procurar a alternativa por Montevideo antes de sair do aeroporto para correr atrás do meu passaporte fui numa agência de viagens, já que a Pluna não tinha loja por lá. Foi quando um voo TAM caiu no meu colo, um voo direto para o Santos Dumont.Era bom demais para trocar por uma noite em Buenos, jantando em Porto Madero e etc.Era?

Acontece que eu morro de medo de viajar de TAM, eles sempre me põe em Fokker 100 ou o avião tem problemas de isolamento na cabine e eu voo a 2500m de altitude e outras coisas assim.Mesmo em altitude de cruzeiro eu não estava à vontade e logo vi porque.Ao fazer a aproximação para o pouso no SDU as nuvens fecharam o aeroporto e o avião deu uma arremetida, de leve.

Depois de uns 30m rodando por aí, pousamos no Galeão. pensei que estava tudo resolvido, mas aparentemente cheguei no dia do apocalipse carioca desse ano.A cidade estava alagada e longas duas horas se passaram até que um ônibus da TAM me levasse para o SDU, de onde, é claro eu não conseguia sair.

A cidade estava completamente inundada e a Perimetral estava tão entupida de carros que era impossível pegar a ponte.Fui dormir no Ibis ali perto, claro que estava sem vagas e eu tive que morrer numa grana para ter aonde dormir, no chique Novotel ao lado.

Eu teria chegado em casa se a Barcas SA não tivesse retirado as suas da madrugada de serviço.Mais um deserviço.

Enfim, só um rant da pior segunda da minha vida.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Paradise Steakhouse [2]

Estou em um estágio no centro do Rio.Por motivos óbvios, comer em casa se tornou um luxo.

O que me leva à crítica culinária, naturalmente.

A comida a quilo oferecida no centro do Rio de Janeiro é extremamente pobre, em variedade, sabor e criatividade. É uma comida muito da sem graça e cara.

Não deve ser fácil fazer comida naquela escala, mas se dedicar em uma atividade culinária, ao envés de oferecer em uma mesma tarde, sushi,massa,carnes,comida árabe e feijão preto.Sinceramente essa diversidade, ela não abarca mais gente, ou pelomenos não deveria.Mas parece que as pessoas não se importam tanto com o gosto,se importam apenas em poder ter variedade.

Sempre achei a comida da minha avó muito burocrática, pouco inventiva, mas agora daria tudo por essa burocracia no almoço diariamente

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dreaming my Dreams with you

Hoje não havia nenhum gooner que não estivesse absolutamente pilhado o dia inteiro com a partida.Ainda que poucos fora de nossa torcida acreditassem que podíamos vencer, sob aqueles mesmos argumentos de que não tínhamos goleiro, que o time não sabia decidir, o gooner que acompanhou o desenrolar da temporada após a vitória contra o Chelski no Grove* sabia que algo parecia diferente.

Quando começou a partida a postura do time era exatamente a mesma adotada na partida que deu início a essa série arrasadora, pressionando o Barça em seu campo de defesa, mordendo a saída de bola deles para criar chances de ataque.E fizemos isso apoiados por uma torcida in loco que criou uma atmosfera absolutamente fantástica, diga-se.Vimos 15' de puro acuo do aclamado melhor time do mundo.

Mas como toda marcação pressão, nenhum preparo físico aguenta que ela dure os 90' e tiramos o pé, coisa que aliás fizemos também aos 15' do primeiro tempo contra os azuizinhos. Imagino que seja assim que o Wenger queira jogar apartir de agora nos jogos mais difíceis.

O barça com mais campo e tempo para jogar começou a imprimir seu forte ritmo de toques e manutenção da posse de bola e começou a dominar as ações de uma forma totalmente indesejada, ainda mais na nossa casa.E tanto domínio começou a render chances de gol a eles.

Messi apareceu no mano a mano contra Szscesny , que apesar da tranmissão da ESPN ter dito que estava nervoso, me pareceu super calmo, e, com uma excelente saída de gol do nosso polonês mais querido ficou com apenas a opção da cavada e errou.

Poucos minutos mais tarde Messi coloca Villa na cara do gol devido a uma falha boba de linha de impedimento de Clichy, que parecia estar no lance contando quantas bandeirinhas eram agitadas na arquibancada.1-0 pros caras.O time acusou o golpe, passou alguns minutos desligado, a torcida desligou junto e eles quase matam o jogo com Pedro , que tentou um arremate de letra da pequena área.Felizmente Szscesny estava muito era ligado e não deixou o placar se distanciar.

No intervalo era perceptível em mim e em alguns gooners com quem conversei que passávamos por uma espécie de síndrome de México, jogamos como nunca, perdemos como sempre. Algo deveria mudar em relação à postura do time para mudarmos esse cenário.

E o time de fato conseguiu voltar para o segundo tempo com uma mentalidade mais agressiva e focada, mas algumas coisas destoavam do time;Song fazia uma partida muito abaixo do seu normal, talvez afetado por ter sido advertido logo aos 3' de jogo e a ligação rápida para o ataque não funcionava nem com Nasri pela esquerda , nem com Walcott pelo lado oposto.

Normalmente nosso Wenger velho de guerra usaria duas substituições, mas hoje, num surto de Rinus Mitchell, resolveu partir para a tática futebol total ao sacar o apagado Song e colocar em campo a lenda dos Urais, Arshavin.Jack passou a ser o primeiro volante e Nasri foi para o lugar de Jack. Ao mesmo tempo, o normalmente ofensivista Guardiola teve um surto de Red*napp, ou seja, fez uma senhora burrice.Sacou Villa que dava muito trabalho para nossa defesa com sua movimentação para colocar o nada além de esforçado Keita.

Com isso nosso time ficou muito mais rápido e perigoso nos contraataques e em uma bola recuperada no campo de ataque, Clichy acertou um lindo passe alto no costado da zaga para V.Persie fazer o que ele tão bem faz, achar o chute que nenhum outro atacante sequer cogita.Empatamos.

Mesmo com o jogo empatado e nossa torcida empurrando como nunca vi no Grove e no Highbury só lembro em vídeos da época dos Standings, ainda assim não tínhamos a posse de bola o que naturalmente incomodava, porque não conseguíamos cercar a área inimiga com consistência.Não precisamos. Cesc rouba a rola e gira em cima do marcador, enfiada de 35m para Nasri correr mais uns 25, cortar Piqué, ver V. Persie e toda a marcação que fechava nele e rolar para nosso russo dar um tapa de primeira no contrapé de Valdés, era a virada, e que virada;

Vale lembrar que na comemoração Arshavin mostrou em sua camisa debaixo uma foto sua.De fato um mito.

Após a virada, o Barça parecia disposto a não deixar os danos aumentarem e o Arsenal muito interessado em garantir a sua 1ª vitória contra os Culés.Ganhamos.

O meu destaque do jogo tem que ir para um rapaz que não foi mencionado fazendo nenhuma jogada importante, mas fez todas as outras- Jack Wilshere. Sua combinação de raça e técnica são essenciais para esse time ser o que é.Um passe errado apenas , aos 71'.

Menção honrosa para nosso veterano goleiro de 20 anos que prova cada dia mais que é um monstro das metas.

Estamos em meados de fevereiro forte nas quatro frentes possíveis, algo que nem o mais fanático gooner esperava. Podemos tudo a essa altura da temporada! Não precisamos de keep the faith, the dreams became reality mates! Somos denovo uma potência a ser reconhecida e temida.

*Notem que depois da visita da Arsenal Brasil a Londres estamos invictos.

Jack, the Lionhearted [2]

Em outubro (http://alcysio.blogspot.com/2010/10/jack-lionhearted.html) eu escrevi sobre a importância de um jogador formado no Arsenal e não comprado com 17 anos teria no time.

Depois de ser o melhor em campo na maior vitória do Arsenal no Grove, me sinto obrigado a partir para a análise tática de seu futebol.

Desde que o Fábregas retornou à forma, o nosso meio campo tem consistido do trio Jack-Song-Cesc.Jack joga como segundo volante, sendo o responsável pela transição para o ataque.E ele executa esse função com uma precisão invejável, digna de Essien em sua melhor temporada, para uma comparação com o segundo volante mais badalado da liga.

Sempre se apresenta ao ataque como opção de passe, possui uma visão de jogo ímpar, vide o passe de 45m para o gol de Bendtner contra o Ipswich e possui uma característica que não parece ser muito notada nas transmissões - ele não erra passes.Hoje errou apenas um aos 71' de jogo.E não os erra sendo o segundo distribuidor de bolas do time.

Mas não é só em termos técnicos que Wilshere acrescenta ao Arsenal, ele dá ao time uma alma lutadora que não víamos desde o time vice campeão europeu.Vemos ele dar broncas nos árbitros mesmo nas situações mais difíceis, onde até o capitão já abaixou a cabeça, como no fatídico empate em St.James Park,notamos a moral que ele tem entre seus colegas, cobrando empenho.

Jack parece um jogador com 10 temporadas nas costas e isso é assustadoramente fantástico.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A nova velha tragédia carioca

Como é de costume nessa época do ano, fortes chuvas de verão caem na região sudeste. Ano após ano temos precipitações que, em horas representam o volume pluviométrico previsto para o mês inteiro, o que nos leva a pensar como funciona essa previsão,e em algum lugar do estado, tudo vem abaixo.

No último ano novo, foi em Angra, acabando com muitas casas construídas em áreas que sabe se lá como se conseguiu o alvará de construção ( muitas casas avaliadas em milhões, tirem suas conclusões)

Agora é a região serrana do estado que está debaixo de toneladas de água e lama, muitas mortes já foram confirmadas e nem se chegou a todos os lugares atingidos.Muitas áreas ricas, muitas pobres, uma região muito grande foi simplesmente devastada. Muitos desses lugares eram cercados por encostas íngremes, um lugar perfeito para uma tragédia. A defesa civil, que todos os anos tem 9 meses para planejar suas contingências foi pega com as calças na mão, pela enésima vez.Nada é feito

Em São Paulo, Franco da Rocha virou literalmente um rio, não bastasse a enxurrada, a represa ainda foi aberta, aumentando a duração da inundação, que já dura 72h sem ceder.O município não existe mais.

A imprensa quer, com razão saber onde diabos está Sérgio Cabral , quer saber por que nada foi feito, culpa seu governo.A imprensa culpa o mau tempo pelo que ocorreu em São Paulo. Não faz muito sentido para mim essa leniência com a administração do PSDB, que deve ser culpada na exata proporção do PMDbista carioca.

Em meio a isso tudo, os estados recebem polpudos repasses emergenciais, aqueles que não passam por sancionamento do congresso e , portanto, não obedecem as regras da LEF.

É, alguém vai sorrir em meio a lama.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Kid A

este blog estava precisando de umas férias, é extremamente cansativo produzir um texto legal a cada 2 dias, em média (embora eles raramente sejam legais, tentar cansa igualzinho)

Hoje, pela primeira vez ,acho, um tema vem do twitter.

Faço parte da torcida Arsenal Brasil e, por sermos uma torcida oficialmente reconhecida pelo clube,além de muita insistência e perseverança do pessoal, conseguimos uma reportagem só para nós na ESPN Brasil


Isso gerou inúmeras respostas positivas, mas também gerou alguns inomináveis que acharam o fato de torcer para um time europeu algo inaceitável, com ofensas é claro.

Sem querer discutir a óbvia falta do que fazer de um ser que dedica seu tempo para patrulhar a minha vida através de um pseudonacionalismo obtuso e pacheco, queria falar um pouco sobre o que é torcer para um time europeu, já que muitos não entendem meu fanatismo, minha torcida.

Quando ligo numa partida do Arsenal, vejo sempre um estádio cheio, vejo famílias nesse estádio também, todos sem medo de ir à cancha de jogo.Vejo um time que quer jogar futebol, não está interessado em jogar no 3-5-2 , prender 2 volantes e um ala para não se arriscar, quando vejo o Arsenal jogar, sei que não verei uma correria desenfreada pela bola.

Não é só o Arsenal, as grandes ligas européias (Inglaterra, Espanha e Alemanha, atualmente) sempre proporcionam jogos divertidos e disputados em um nível técnico que simplesmente não existe aqui no Brasil.Futebol de lá é quase outra modalidade esportiva.

Não escolhi o Arsenal, ele me escolheu, me tirou para me encantar.Se negasse tudo isso por causa de um oceano, aí sim mereceria ser xingado.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Paradise Steakhouse

Hoje volto a um tipo de texto que não era publicado há pelomenos seis meses seguramente, a crítica culinária.

Fui ao restaurante e Bar Spicy , aqui em Niterói e , numa mesa com 3 pessoas, não vi uma sair feliz.

Tentamos pedir nachos como entrada, mas os mesmos estavam em falta, ok isso é um problema, mas é algo compreensível, nada digno de nota.

Mas ainda haviam os pratos principais e neles estão nossas decepções.

Um hamburguer que estava tão torrado que estava duro, um taco com a tortilha mole e uma salsa malfeita e sem sabor e uma quesadilla que não era uma quesadilla, era um club sandwich de frango na verdade.

Além do desleixo na preparação e composição dos pratos, e dos preços de nível de restaurantes bem melhores, o sabor dos pratos e molhos deixava também a desejar.

Mas o lugar estava cheio e nem era pelo show do exelente Márvio Ciribelli, já que muitos estavam mais preocupados em falar alto e não me deixar ouvir a música, o lugar estava cheio porque isso em Niterói, um restaurante desleixado, se bem localizado, bem decorado e bem caro, é tolerado e elogiado pela população.

Niterói sofre de algo interiorano de achar qualquer restaurante um máximo, desde que ele pareça bom, como se o restaurante fizesse o favor de existir.Sendo assim, só me resta comer fora no Rio e passar a cozinhar mais...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A tragédia carioca [4]

Estava esperando tudo se acalmar para escrever sobre o fim das mega operações que aconteceram no Rio como represália às queimas de automóveis feitas pelo tráfico.

Foram apreendidas mais ou menos 33t de maconha, 350kg de coca em pasta, 200 fuzis entre outras drogas e armamentos ilegais.

Com os olhos do Brasil e do mundo voltados para essa ação policial,poucos tiros foram trocados, poucos mortos registrados, nenhum cabeça do tráfico preso.E é aí que entra a grande contradição dessa operação.É um sucesso de planejamento e execução mas nenhum chefe do tráfico foi preso.

Por outro lado, o banho de sangue que eu e muita gente esperava e que um belo setor da sociedade desejava não aconteceu e isso contribuiu imensamente para a imagem da polícia perante os cariocas.

No fim das contas, o grande ganho foi dos moradores dessa área de 400.000 habitantes que agora passou a viver efetivamente no Rio de Janeiro, com funcionários de empresas públicas e concessionárias indo prestar os serviços que eles prestam no resto da cidade.

.O estado abandonou por tempo demais uma área com algo em torno de 5% da população da cidade com a desculpa de que o tráfico não os deixava entrar, agora não há mais tráfico.Essa gente precisa de escolas, são só duas na região, precisa de saúde, enfim, de dignidade para que não olhe mais para o traficante manda-chuva( não se iludam, o tráfico não acabou) como uma espécie de modelo de conduta.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Bernie e Blatter

Hoje foram escolhidas as sedes das Copas de 2018 e 2022.Rússia e Catar, respectivamente.

Pelo que vi dos projetos, somados a minha visão minimalista e focada na paixão do torcedor, os projetos da Inglaterra e do time Ibérico eram os mais interessantes para 2018. A Austrália tinha o projeto mais legal para 2022.

Ganharam os que prometeram gastar mais em obras ligadas à competição, leia-se estádios, a FIFA adora que se construam novos estádios e sabia que na Europa ocidental eles já não são mais necessários em profusão, então é hora de partir para os ditos novos mercados.

Quem é fã de F-1 está bem acostumado a ver corridas em lugares assim, como Malásia, Bahrein,Emirados Árabes, em pistas chatas, que produzem corridas modorrentas, ainda que seu entorno seja rico e belo e moderno e tudo mais que as pessoas adoram venerar.Nesse processo, perdeu-se muito da essência da F-1, que era correr nas melhores pistas, para os públicos mais fanáticos.

Agora as Copas parecem ir para o mesmo caminho.Em 2010 tivemos uma Copa que foi um retumbante fracasso de público, com taxas de ocupação muito baixas, em torno de 80%.O sul-africano não é fanático por futebol.

Em 2014 será no Brasil e, não tenho dúvidas que os jogos menos badalados estarão vazios, o brasileiro não é , em regra,fanático por futebol.

E não tenho dúvidas que se seguirão os mesmos esquemas nas Copas hoje eleitas.Ainda mais, os que forem aos estádios, especialmente no Catar não saberão nem torcer já que seu país não possui uma liga de futebol minimamente razoável.

Igualzinho a F-1,quem ganha com essas candidaturas é só o corpo diretivo da FIFA, mais ninguém.

sábado, 27 de novembro de 2010

A tragédia carioca [3]

O Rio de Janeiro voltou a viver relativa paz nesse sábado, nem nenhuma notícia de incêndio ciminoso em veículos desde o meio da madrugada.

Agora todos os olhos cariocas, e provavalmente brasileiros estão voltados para o complexo do alemão, que está cercado por uma força multidisciplinar, revistando cada pessoa que entra e sai do complexo.

Nessa manhã foi dada a opção de rendição dos bandidos nas seguintes condições- que saissem com sua arma de trabalho por sob a cabeça, em uma rua específica.Dessa forma as forças policiais garantiam a prisão em flagrante por porte ilegal de armas e associação para o tráfico de todos.Os bandidos tem advogados e já devem saber que não é uma ideia muito interessante ter algo entre 6 e 16 anos de prisão somados aos processos que já respondem ou, para os primários, ganharem uma ficha criminal.

Provavelmente por isso, não houve nenhuma rendição nesses termos.

A polícia agora usa da sua posição de vantagem para fazer um jogo psicológico com os bandidos, ameaçam a todo o momento invadir, deixando-os nervosos, apreensivos.Como num cerco de um castelo medieval, comida e água devem estar se tornando recursos parcos para uma gangue tão numerosa ( especula-se algo entre 700 e 1100 homens armados).

É tamanha a desorganização de combate dessa gangue que na hora que a polícia subir, um banho de sangue tome lugar.Se morrerem numa troca de tiros, não há o que culpar a polícia, mas devemos, como sociedade, ficar alertas para execuções que podem tomar lugar nos altos dos morros, onde não haverão lentes.

Não há uma guerra no Rio, a parte opositora não possui organização nem ideal.O que há é o combate a uma gangue armada, não se pode perder isso de perspectiva sob pena de justificar qualquer ato.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A tragédia carioca [2]

Hoje foi um dia muito, muito movimentado na capital carioca.Enquanto a maioria das pessoas procurava ter um dia normal, ir ao trabalho, o BOPE preparava uma megaoperação no conjunto de favelas da Penha.

Na ida para o trabalho, o carioca procurou evitar as vias expressas, por medo de se ver encurralado e o trânsito foi extremamente caótico, faltou transporte público nas primeiras horas da manhã por puro descaso das companhias de ônibus.Também houveram ataques incendiários que tornaram a Av. Brasil um martírio para atravessar.

Então mais ou menos as 13h o BOPE, se valendo de blindados de transporte pessoal cedidos pela Marinha do Brasil, invadiu o que se dizia intransponível no Rio.Após 3h se viu uma revoada de bandidos fortemente armados fugirem para o Complexo do Alemão por uma trilha no topo da Vila Cruzeiro.Não passou muito tempo para o governo do estado anunciar que o complexo da Penha seria a nova agraciada com uma UPP, com certeza muito adiante do planejado ( se é que haviam planos para isso originalmente).

Não tenho dúvidas que será bem sucedido em instalar essa UPP, como também acho provável que domine e "pacifique" o temido complexo do Alemão nos próximos dias.Ainda que sejam mais de 1000 fuzis, os seus usuários não tem a capacidade técnico-organizacional para oferecer uma resistência forte ao BOPE.Suspeito, contudo que no Alemão haverá um banho de sangue, do sangue que o BOPE foi treinado, como cachorro, para perseguir a todo custo.

E enquanto isso tudo ocorre no subúrbio próximo do Rio de Janeiro e os moradores são forçados a dormir em abrigos, nada é feito para encontrar e prender o verdadeiro traficante internacional, que estudou bem mais do que os 3 anos de educação média do traficante de morro carioca, que traz drogas e armas sofisticadas por nossas fronteiras e as faz chegar no seu ponto de venda.

A inteligência da polícia estadual do Rio é risível, nenhuma informação, nenhuma prisão grande é feita mesmo quando grandes líderes do varejo das drogas são presos.Todo esse espetáculo bélico serve para tirar dos traficantes o poder de fogo, não se iludam quanto ao fim do tráfico.

ps. e os mesmo que correm aterrorizados dos carros em chamas são os que nem sabem que Madureira tem tiroteios constantes há aproximadamente 10 meses.Ou estamos em guerra o ano todo ou não estamos nunca.

A tragédia carioca

É difícil falar sobre algo que está acontecendo, muitas coisas podem não ser verdade, outras tantas podem ainda não ter sido descobertas.

Mas o que parece acontecer no Rio é algo não muito diferente do visto a uns 5 anos atrás, quando roubaram fuzis de um paiol do exército, esse foi às ruas recuperá-los e os bandidos em geral retaliaram queimando carros e afins.

Dessa vez o governo diz que é uma retaliação contra as UPP's , que estariam sufocando as facções criminosas, tirando seus principais pontos de venda ( localizados na zona sul, zona portuária e cidade de deus ( "barra'')) e comprimindo-os aos espaços apertados e disputados da zona norte.

Nessa zona norte e oeste, os rincões de pobreza no rio, onde boa parte das pessoas vive em comunidades, 5 poderes conflitam-os bandos ADA,CV,TC , a milícia e a PM.Especula-se que os 3 bandos armados do tráfico tenham unido seus poderes, de um jeito bem capitão planeta mesmo, para combater a PM, manter e ampliar seus domínios.

E nesse meio fica a população, que está amedrontada e nisso os meios de comunicação, sejam eles oficiais ou o disse-me-disse, não ajudam, muitos arrastões e incêndios criminosos são inventados, ampliados, aproximados.Apesar de sermos uma população muito acostumada com a violência, parece que a toleramos esquecendo-a e esses eventos vem para nos mostrar toda a realidade em que vivemos.

O governo Sérgio Cabral escolheu a sua forma de atacar o tráfico, avisando com antecedência onde reocuparia para que os criminosos fugissem e a manchete fosse de sucesso sem disparos.Não houve um serviço de inteligência que prendesse esses elementos nem apreendesse armas e drogas, elas simplesmente se mudaram.

Aparentemente elas agora estão em um quarto apertado demais e querem espaço.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A intolerância das sombras

Os movimentos de preconceito em geral sempre existiram fortes e pujantes nos ralos e submundos da internet, onde pequenos grupelhos se reuniam para dizer seus impropérios sobre gays, pobres,negros.

Volta e meia se esbarrava com um ou outro texto desse tipo de conteúdo, mas apesar de chocar era possível ignorar esse tipo de manifestação por saber que era algo amplamente minoritário.Mas ao que parece, a onda sectarista criada nas eleições , principalmente depois do resultado do segundo, quando as redes sociais viram uma demonstração de preconceito de classes nunca antes vista na história desse país (sim, foi intencional), não terminou.

Talvez empolgados pela facilidade em propagar seus discursos extremistas, há um verdadeiro boom em declarações abertamente racistas e, principalmente homofóbicas, com o cúmulo de terem criado uma conta no twitter chamada homofobia sim.

É inconcebível querer negar direitos civis a um determinado grupo por escolha sexual, mas muitos querem que essa ideia pareça não só normal como correta.A opressão das minorias é sempre o embrião da opressão do povo, portanto, ainda que não façamos parte dessas minorias, devemos sim defender o seu direito de existir e se expressar.

A internet é ótima para aproximar pessoas, mas também vem se provando fantástica para afastá-las cada vez mais.