terça-feira, 24 de novembro de 2009

Murphy à minha caça

Eu sempre vou de tênis e levo uma capa de chuva para a natação, já que o tempo anda meio doido aqui pelas bandas cariocas.

Eis que no único dia no qual as minhas precauções não são tomadas o que acontece? Sim, um temporal que alagou tudo, como sempre faz na terra de Araribóia, e me fez voltar pra casa correndo depois de ter nadado quase 2km.

Como se não bastasse, minha havaiana arrebentou e eu corri pela pedra portuguesa descalço,desagradável pra dizer o mínimo.

Prometo que depois da semana de provas e tensões de fim de ano o blog retornará a sua produção de hábito

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Steal

Futebol e arbitragens, impossível falar de um sem falar de outro ultimamente.

No Brasil vemos erros bizarros por todas as rodadas do campeonato nacional, uma arbitragem disciplinarmente sem critérios, conciliadora, que faz de tudo para não influenciar muito a partida e, por fechar seus olhos para determinados lances e não cumprir a regra, acaba por muitas vezes destruí-las.

Não satisfeita em não aplicar cartões e assinalar faltas de forma consistente, os árbitros ainda são incompetentes, não conseguem se posicionar bem, cometem erros bobos.

Na Europa é diferente.O árbitro tem sempre o seu critério, que não muda de um jogo para outro nem durante a partida.Na liga inglesa todos os árbitros possuem um critério unificado, o que facilita para os espectadores e para os jogadores, que sabem exatamente o que podem e o que não podem fazer, gerando um jogo mais leal.

Contudo, erram também bastante os árbitros por lá, vide o recém terminado jogo entre França e Irlanda pela repescagem da Copa 2010, onde os Bleus se qualificaram graças a incapacidade da arbitragem de ver um clamoroso toque de mão de Henry.

O futebol virou um esporte rápido demais, os jogadores correm 10, 12 km por jogo e os árbitros realmente não conseguem, via de regra, acompanhar esse ritmo,estando por vezes mal posicionados, já que possuem uma idade mais avançada e não são profissionais do apito.

Diante de toda essa problemática, não há como fechar os olhos e deixar de ver o que os outros esportes fizeram para minimizar o fator humano nas decisões.

O Rugby, meu esporte preferido, adotou o recurso de imagem à pedido do árbitro, ou seja, toda vez que ele fica em dúvida sobre algum lance, ele para o jogo e pede para que o 4º árbitro analise o lance através de quantas câmeras forem disponíveis no evento de forma que a decisão do mediador seja de acordo com a realidade.Raramente isso toma mais de 5 minutos em uma partida inteira e é algo que faz desaparecer quaisquer tipo de dúvida.

Também interessante observar o exemplo do tênis, que deu ao atleta a chance de desafiar marcações as quais acredita ter visto diferente através do recurso de olho eletrônico.Possui três desafios e se acertar o mesmo não é gasto.

Eu quero crer que os árbitros querem acertar e, portanto, gostariam de uma ajuda extra.Os exemplos estão em muitos dos esportes mais praticados e vistos do mundo, cabe ao futebol utilizar-se dos bons exemplos para deixar o pobre sofredor apenas preocupado com o desempenho dos 22 que jogam.

sábado, 14 de novembro de 2009

The wilderness of mind

I'm lost
Everything I do seems senseless
All of my troubles look mendless
And all of my good deeds are wrong
I guess I'm not strong

What I feel is worse then hatred
Cause hate can get you places
But I just stay moving
in the same damn place

It's hard to have the sight
of people that get things their ways
Through life they seem to glide
No need to lift their weights

Things I do are often good
But never good enough
In the last push I lose myself
I want some brain cuffs

I run a lot
have a long routine
I work a lot
always look pristine
But my insides are dead
I can't feel a thing

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

The Wall

Hoje é o aniversário da data mais importante do sec.XX, possivelmente. Há vinte anos atrás caía o muro de Berlim.Desnecessário falar sobre a separação , queda dos regimes do leste europeu e tudo mais.

Mas acho que vale apena visitar o site da BBC, que faz uma linda cobertura do acontecimento e ainda ver a tentativa dos ingleses de remontar o muro. Sim, eles pedem em seu site que todos os que tem algum pedaço do muro original digam aonde estão, muito bacana.

http://news.bbc.co.uk/2/hi/talking_point/8344662.stm

domingo, 8 de novembro de 2009

Dogs In the Midwinter

Eu fui ao maracanã como torcida visitante e, isso por si só é um evento já que recebemos tratamento extra especial da polícia nos quesitos má vontade e truculência.

Mas isso ocorreu só na parte de dentro do estádio, ainda há o desafio de chegar a ele.Eu faço parte deum grupo de palmeirenses aqui no rio que nos juntamos para vermos juntos os jogos em bares e pubs da vida,afinal ver jogo sozinho não é a mesma coisa. Não somos organizada, mas alguém na organizada do Fluminense descobriu que estavamos fazendo um churrasco ali por perto para nos prepararmos para o jogo e quiseram arrumar confusão.

Como o policiamento de jogo não de extende a meras duas quadras do estádio mais importante do futebol brasileiro, nos separamos, um grupo foi a paisana com as mulheres(onde eu fui, já que eu apanho até da porta do meu quarto) e o outro grupo com os outros caras, também à paisana.Acabou que não deu confusão nenhuma,já que eles esperaram até as 3:50 para fazer a travessia.

Voltando à parte do estádio, tínhamos 1/4 do anel inferior reservado à nossa torcida, já que compramos algo na casa de 7.000 ingressos.O problema é que a polícia simplesmente nos deu metade desse espaço e deixou o resto vazio.Quem tentava sentar na área proibida era logo retirado à gritos de um PM portando um cassetete que mais parece uma sabre de luz de tão grande em uma mão e um spray de pimenta na outra.

Aos 15 min do 1º tempo, quando as organizadas que vieram de são paulo estavam na iminência de chegar, eis que surge a óbvia ordem de nos conceder o espaço ao qual possuíamos direito.

O abuso não parou por ai.A CBF e a TV Globo, que possui os direitos de transmissão do campeonato, marcaram o jogo para as 16:00, como se não estivéssemos em horário de verão, com o sol das 15:00.Todos cozinhamos,já que nos foi designada a parte onde o sol era mais impiedoso.

Após todo esse sofrimento, por paixão incondicional ao clube que amo, o Palmeiras,tive que assitir o abuso da arbitragem,que foi catastrófica, anulando gols legítimos , não marcando penalidades( as quais eu não tenho 100% de certeza que ocorreram, só digo o que vi da antiga geral) em Sandro Silva no 1º tempo e Love no 2º e ainda não vendo uma agressão acintosa do 18 do Fluminense do Armero NA FRENTE DO AUXILIAR que, mesmo vendo o jogador alviverde sangrando disse ao árbitro que o jogo poderia correr em um sinal manual.

Moral da história:Fazem de tudo para que desistamos de ir aos estádios, nos tratam como cachorros mesmo e, como cereja no bolo, ainda nos dão um produto de baixa confiabilidade, já que é contumaz o auxiliar do jogo, o árbitro, decidir os cotejos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Miss Sarajevo

Ontem o secretário de segurança do Estado do Rio de Janeiro, Mariano Beltrame, soltou a seguinte pérola:"o Rio de Janeiro não é violento". Ele continua, falando que a criminalidade no rio é algo que somente existe em pontos isolados da cidade, que bairros como Urca,Lagoa, Ipanema e Gávea tem índices de homicídios comparados às cidades européias.
Em uma cidade de aproximadamente 7 milhões de habitantes, o secretário escolheu bairros de 6700 habitantes como a Urca, um bairro de renda per capta de R$ 40.000,00, quatro vezes maior que a média do município, que é de R$12.224,00.
Fica claro quem importa de verdade na cabeça da secretaria de segurança do estado cuja capital possui o desesperador índice de 42.6 mortos por cem mil habitantes, ou seja, aglo em torno de 3000 homicídios na cidade maravilhosa no ano de 2008.

É verdade que a violência nos bairros da zona sul é menor, rondando entre 5 e 20 homicídios por 100 mil habitantes, o que ainda seria bem acima da cidade mais violenta da Europa,Amsterdam, com 4,5 homicídios pela taxa já mostrada.Mas nessas áreas estão alguns dos responsáveis pela violência na cidade: Os usuários de drogas ilícitas, que diretamente financiam os armamentos de seus vendedores e os políticos que decidiram que comprar fuzil e subir morro atirando era o jeito certo de proceder contra o tráfico.

Talvez Beltrame estivesse se referindo à européia cidade de Sarajevo, que nos anos de 1991 à 1996 passou por uma guerra de limpeza étnica(genocídio de pequenas proporções, de acordo com Haia) e atingiu a monstruosa taxa de 83.3 homicídios por 100mil hab.

Essa referência só teria um problema:Se lembrarmos das regiões norte e oeste da cidade, onde além do tráfico existem as milícias e a ação mais truculenta da polícia, encontramos taxas de 83.4 e 102.3 homicídios(Madureira e Pavuna, respectivamente), acima de um país durante um genocídio.
Vivemos em um genocídio por classe social.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Two worlds apart

Eu não moro no Brasil.

O país onde habito apenas divide seu território com o Brasil.Formalmente é tudo a mesma coisa,mesma identidade, mesmo CPF, mesmo presidente, mas eu vivo numa bolha de prosperidade que é sonho inatingível para os brasileiros, esses , coitados, não tem acesso à educação decente,dependem de um sistema de saúde bem vulnerável, provavlmente não possuem saneamento básico...

Os brasileiros são a mão de obra que dá provimento ao meu país, eles trabalham por pouco, menos de 30% da renda per capta do país.Os outros 70%? Meus compatriotas embolsam.

O abismo financeiro e social gera a incapacidade de pensar, estudar, se edificar.Estão presos.
Para que fazer novela sobre castas tão longe se para ver a casticisação da sociedade era só ligar para o IBGE?