Ontem o secretário de segurança do Estado do Rio de Janeiro, Mariano Beltrame, soltou a seguinte pérola:"o Rio de Janeiro não é violento". Ele continua, falando que a criminalidade no rio é algo que somente existe em pontos isolados da cidade, que bairros como Urca,Lagoa, Ipanema e Gávea tem índices de homicídios comparados às cidades européias.
Em uma cidade de aproximadamente 7 milhões de habitantes, o secretário escolheu bairros de 6700 habitantes como a Urca, um bairro de renda per capta de R$ 40.000,00, quatro vezes maior que a média do município, que é de R$12.224,00.
Fica claro quem importa de verdade na cabeça da secretaria de segurança do estado cuja capital possui o desesperador índice de 42.6 mortos por cem mil habitantes, ou seja, aglo em torno de 3000 homicídios na cidade maravilhosa no ano de 2008.
É verdade que a violência nos bairros da zona sul é menor, rondando entre 5 e 20 homicídios por 100 mil habitantes, o que ainda seria bem acima da cidade mais violenta da Europa,Amsterdam, com 4,5 homicídios pela taxa já mostrada.Mas nessas áreas estão alguns dos responsáveis pela violência na cidade: Os usuários de drogas ilícitas, que diretamente financiam os armamentos de seus vendedores e os políticos que decidiram que comprar fuzil e subir morro atirando era o jeito certo de proceder contra o tráfico.
Talvez Beltrame estivesse se referindo à européia cidade de Sarajevo, que nos anos de 1991 à 1996 passou por uma guerra de limpeza étnica(genocídio de pequenas proporções, de acordo com Haia) e atingiu a monstruosa taxa de 83.3 homicídios por 100mil hab.
Essa referência só teria um problema:Se lembrarmos das regiões norte e oeste da cidade, onde além do tráfico existem as milícias e a ação mais truculenta da polícia, encontramos taxas de 83.4 e 102.3 homicídios(Madureira e Pavuna, respectivamente), acima de um país durante um genocídio.
Vivemos em um genocídio por classe social.
Capítulo 219 - Meu problema com a poesia
Há 4 anos
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