quinta-feira, 15 de julho de 2010

Meio que ainda Copa

Bom, a Copa terminou e surgiu a oportunidade de escrever sobre a campeã para a Revista Trivela. A sua seção de rotativas abriu a possibilidade de qualquer mortal como eu mandar um texto e tentar ser publicado. Taí o que eu fiz.

Qual é o lugar da Espanha campeã mundial de 2010 na história do futebol?

A Espanha campeã em 2010 mostrou a importância de saber imprimir seu estilo de jogo em qualquer situação,sempre prendeu a bola, tocou,mesmo não sendo muito incisiva nas partidas.Essa Espanha foi bem diferente das seleções que a enfrentaram nessa Copa, aquelas em sua grande maioria procuravam o contra-ataque,evitando ceder espaços na defesa e enfrentando menores números da defesa adversária.

Mas a Fúria não, mostrou grande coragem em procurar a posse de bola no campo de ataque a todo o momento, mesmo sabendo não ter um miolo de zaga muito veloz e um lateral esquerdo deficiente na marcação,e o fez em inúmeros esquemas de jogo diferentes,fosse com os jogadores mudando de posição durante a partida, tentando encontrar a melhor maneira de envolver o adversário, ou com alterações que, mudando as características dos jogadores ofensivos do time,criava uma forma de jogo diferente.

Essa vitória foi a mostra de que mesmo em uma competição eliminatória e curta como uma Copa do Mundo, ter opções diversas em seu banco de reservas é essencial e que elenco importa muito,é só ver como David Silva, essencial na campanha da Euro e um grande jogador de lado de campo dando lugar a Busquets, fazendo com que Villa ,e por vezes Iniesta, jogassem na ponta esquerda do campo. Poder substituir o centro-avante Torres pelo rápido Pedro, usar a velocidade de Navas pela direita e ainda guardar Fábregas para o momento oportuno foi um dos grandes trunfos do time de Del Bosque
Vicente esse que sem dúvida será lembrado pela maneira que fez com que seus jogadores unissem-se em torno do objetivo,jogando com extrema aplicação tática e dedicação através dos 90'.Não satisfeito, fez seus comandados jogarem o que sabem,usou o talento deles ao máximo, fazendo com que todos atacassem e defendessem com maestria, sem abdicar do bom futebol de toques em que esses jogadores foram criados, mostrando também o quão essencial é um trabalho de base consistente, algo que garante atletas técnica e taticamente refinados e em grande número, dependendo menos da geração espontânea de talentos em uma mesmo geração.

O estilo de marcação dessa seleção também foi marcante;sempre pressionando, desde o meio de campo, mas procurando cometer o mínimo de faltas possível, raramente recorrendo à violência,usando o perfil atlético ágil da maior parte de seus atletas para estar sempre uma passo à frente, sabedora de que a falta só deixa a posse de bola com o adversário, não gera contra-ataque e prejudica o desejo espanhol de estar com a bola por todo o tempo que for possível.

A primeira geração de um time espanhol que pode ser realmente chamado de fúria, apesar de não possuir o ímpeto desenfreado que o nome leva a crer, será lembrado pela incrível capacidade de domínio em uma partida e a calma que isso demanda, a calma para tocar a bola por 60',70' minutos, sabendo que a grande chance virá e que seus poderosos avantes a converterão, será lembrada porque foi acima de tudo espanhola, jogando como um toureiro, cansando seu adversário com seus movimentos, colocando-o na roda até que a hora certa para desferir o golpe mortal com a espada apareça.Não há como não reservar um lugar especial para uma seleção que foi avassaladora por 4 anos, acima de tudo com calma.

Ganhando ou não, acho que fiz uma bela homenagem à campeã


Um comentário:

carol luisa disse...

Cara,vc tinha q ser jornalista esportivo.Sério.Texto muito,muito bom!

=D