quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Biggotry party

Post duplo, deve estar chovendo...

Numa cidadezinha de um rincão do dito Bible Belt, o pastor Terry Jones teve uma idéia genial- Queimar Corões no dia 11/09, também conhecido como sábado.

Eu sempre achei essa direita religiosa americana meio desmiolada, com conceitos que simplesmente não faziam muito sentido nesse mundo globalizado ( por eles, estadunidenses em grande parte), pensamentos retrógrados como pregação da abstinência como método oficial de contracepção, expansão do establishment através de guerras, pregar ensino religioso em escolas públicas ( a religião deles, é claro), entre outros.

Mas confesso que ainda assim nunca imaginei que qualquer grupo fanático desses fosse chegar ao ponto de promover uma queima coletiva de um livro sagrado, pior, um livro que contém inúmeras partes que também estão na bíblia!É uma demonstração de bullying étnico e de desrespeito ao proselitismo religioso que está explícito inclusive na Constituição deles, tudo isso feito com leniência das autoridades sob a alegação de liberdade de expressão.

A liberdade de expressão não pode jamais ser um véu para que barbaridades e racismos sejam livremente ditos, isso é uma desvirtuação do próprio princípio, liberdade de expressão não é dizer o que desejar e se proclamar como o politicamente incorreto destemido, mas sim a liberdade interagir na sociedade livremente, o que é exatamente o que o sr. Terry Jones menos deseja , seu desejo é segregar tudo o que não lhe parece igual -leia, estrangeiros, em sua maioria árabes e africanos( não brancos).

A propaganda principal de sua igreja é " Islam is of the Devil", algo não muito distante do já de célebre repugnância, " God hates fags". Tenho dificuldade de imaginar um Deus que odeia tanto, que possui essa infindável sede de sangue, vingança e ódio.

Os americanos que tanto gostam de teorias sobre líderes mundiais, como Obama, serem falsos profetas citados na Bíblia deviam começar a olhar para o seu pregador local.

Uma frase de um escritor famoso , cujo nome não lembro, é um clichê necessário- Onde se queimam livros, logo se queimam pessoas.( eu não lembrava , mas o Google sempre lembra Heine (1797-1856), poeta alemão-judaico)

2 comentários:

Raquel M. Linhares disse...

Acho isso de uma ignorância ridícula.

Liberdade é exatamente isso que você falou. É poder se expressar e ser quem você é até o ponto onde isso não fere ninguém (fisica ou moralmente).

Tiago Duarte Dias disse...

Acho que americanos tinham que se preocupar em queimar calorias antes de queimar livros. Mas enfim, acho a atitude estúpida, porém é protegida pela constituição deles, logo é válida, apesar de ser completamente inconsequente e desnecessário.