Há alguns dias, o presidente deposto por um golpe militar está alojado na embaixada brasileira na capital de Honduras.Foram levantadas muitas dúvidas sobre a retidão da atitude das relações exteriores tupiniquins, que em teoria não poderia interferir na soberania de outro país.
Eu vejo esse movimento como uma grande jogada no tabuleiro de xadrez mundial das relações internacionais,nos afirmamos regionalmente como poder hegemônico,alguém que outros países possam recorrer em caso de violação do sistema de seu país,que foi exatamente o que ocorreu em Honduras, onde a elite estava cansada de um político de uma visão mais à esquerda (e olha que nem é muita coisa, o Zelaya é mais à direita que o Lula) e resolveu tomar o poder e mostramos aos EUA que a doutrina Monroe não poderia estar mais enterrada .
Nós sofremos 20 anos de ditadura que nos fez sofrer com mortes e opressão e, como humanitários e defensores do estado de direito que somos como nação, não podemos permitir que outro povo sofra diante de nossos olhos sobre a prerrogativa de que isso é assunto interno.Isso seria um desrespeito à humanos como nós que precisam de ajuda em um momento político difícil e não desejado por sua população.
Ontem o governo militar de Honduras cortou todos os serviços essenciais, como luz e água , de nossa embaixada, mostrando como são realmente pessoas sensatas e abertas ao diálogo, violando o tratado internacional sobre embaixadas, que são quase que legalmente intocáveis.Hoje, o Conselho de Segurança da ONU ordenou ao governo hondurenho de facto o reestabelecimento dos serviços essenciais e da entrada de comida, que era barrada na porta.
O Brasil só se encontra com um problema em suas mãos agora: terá que seguir com o seu posicionamento até o fim, preferencialmente com um resultado favorável e pacífico, para não parecer que fomos apenas pegos de surpresa por um pedido de 'santuário" de Zelaya.Temos que resistir aos opressores deles como não resistimos aos nossos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário